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segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Paulo Flores e Manecas Costa levaram o ‘Orgulho de Ser Africano’ à cidade do Porto


IMOXI - Orgulho de Ser Africano é o nome do projecto que junta Paulo Flores e Manecas Costa. São companheiros no palco, mas a melhor palavra para definir o espírito do concerto que deram na Casa da Música, no Porto, no passado dia 16, é mesmo irmandade. Irmãos na música, no palco e, principalmente, na vida.

A chuva que caiu na cidade Invicta não demoveu aqueles que esperavam pelo concerto do projecto IMOXI, que na noite anterior tinha estado em Bragança, mas que também já passou por cidades como Lisboa ou São Paulo.

Sereno e cúmplice da sua guitarra, com as cores da Guiné-Bissau a adorná-la, Manecas Costa deu início ao serão musical com o tema ‘Antónia’. Seguiu-se ‘Nha Mame’, um tema que carrega memórias da infância, dedicado à sua mãe e cantado com todo o sentimento e nostalgia em crioulo da Guiné Bissau.

Paulo Flores haveria de arrancar uma recepção calorosa do público ao entrar em palco para interpretar um dos marcos do seu repertório e da sua discografia, ‘Ainda o país que nasceu meu pai’.

A incrementar o som das guitarras, o percussionista João Ferreira marcou o ritmo e o compasso entre os temas de Manecas Costa e de Paulo Flores.

Manecas lembrou que a amizade é uma forma de amor em que a dedicação e a cumplicidade são alguns dos sentimentos mais importantes. Os seis anos a mais do guineense fazem dele o “Tio Manecas”, o mais velho da dupla em quem a mãe de Paulo Flores deposita confiança e a companhia do filho que a deixa mais tranquila, uma das inconfidências partilhadas nessa noite.

O Gumbé começava a aquecer o ambiente com temas como ‘Ermons di terra’ ou ‘Fundo di matu’. Manecas Costa não durou muito tempo sentado e passou à dança.

O Semba veio ajudar à festa. ‘Ser da Lata’, ‘Boca do Lobo’ ou ‘Poema do Semba’ foram alguns dos temas escolhidos a dedo do repertório de Paulo Flores para abrilhantar este IMOXI - Orgulho de Ser Africano e que o elevam.

Foi um concerto onde a música, a poesia e a alma africana ganharam forma e tocaram os que estavam na plateia. “Não é poesia, são coisas da vida”, como cantou Paulo Flores. O público ficou rendido às vozes, à declamação, aos acordes e à simbiose entre Angola e Guiné, personificada nestes dois músicos.

Não abandonaram a sala sem fazer a vontade aos fãs de mais uma música, que fechou a noite da melhor forma, com alegria e saudade.

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